
Gloria e Ana eram duas adolescentes
amigas que estavam sempre juntas. Certa vez resolveram ir a uma cidadezinha no
interior de Minas Gerais. Passaram por lá uma semana. Ao escutarem que um
caminhoneiro estaria voltando para a cidade em que elas moravam, resolveram
pedir carona na boléia do veículo para economizar o pouco dinheiro que seus pais
haviam dado. Ficou combinado que o caminhoneiro, conhecido da família onde elas
se hospedaram, iria pegá-las no dia seguinte cedo.
No momento combinado, apareceu o
motorista e mais um colega dele, que também resolveu pegar a carona. No entanto,
a situação ficou constrangera e estranha, porque ele não tinha comentado com
ninguém a respeito daquela outra pessoa e, no mais, uma viagem de oito horas com
quatro pessoas na frente do caminhão seria bem cansativa e apertada.
Gloria sentiu um aperto no peito e
algo dizia para ela não ir. Mas a situação estava difícil, todos estavam na
porta para se despedirem e como explicar uma mudança tão repentina de planos
assim? Afinal, o moço foi tão gentil e prestativo... No mais, seria uma ofensa
para as mulheres dos rapazes que, por sinal, não gostaram nada da novidade.
Todos eram conhecidos, a situação era bem delicada.
Gloria teve aquela sensação de novo,
elas entreolhando-se com desespero e cumplicidade, e subiram no
caminhão.
Agora não havia mais jeito, pensava
Gloria, era esperar o pior... Os dois as olhavam com lascívia e a viagem
prometia muitos dissabores.
As duas estavam ali com o coração
apertado, fazendo preces em silêncio. De repente, o caminhão parou na saída da
cidade e eles desceram para comprar algo numa pequena mercearia.
Gloria sentiu uma sensação forte,
como se alguém dentro dela gritasse firmemente:
- Saiam agora! Essa é a
oportunidade!
Gloria não titubeou, puxou a amiga, e
as duas correram em direção à cidade.
Ouviram as vozes dos
rapazes:
- O que aconteceu? Por que vocês vão
voltar?
- Resolvemos ficar mais um pouco.
Obrigada pela carona. –Disseram elas.
Andaram mais de uma hora até chegarem
ao local de origem, mas estavam contentes, cientes de que haviam se livrado da
maior enrascada, ou emboscada, de suas vidas.
Gloria passou a prestar mais atenção
nesta sensação de aperto no peito, nesta “voz interior” que até então ela não
conseguia identificar, mas que agora sabia tratar-se da uma proteção divina, uma
forma que Deus usava para se comunicar com seus filhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Você pode deixar seu comentário sobre os textos, opinião sobre o blog ou sugestão.