"Vem, não dê bobeira que essa vida é passageira
Não se arrependa do que você vai fazer
Amor gostoso toda noite, a noite inteira
E tudo pode acontecer"
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
O Espelho e o Pintor
Texto de Rute Rodrigues Sobrinho
Certa vez o espelho, muito orgulhoso, disse ao pintor que era melhor do que ele, porque não tinha o trabalho de desenhar nada e podia retratar tudo o mais fielmente possível. E complementou:
-Está vendo aquela mulher? É gorda, tem rugas, o vestido está gasto e os cabelos despenteados. Não a descrevi perfeitamente?
- Descreveu, disse o pintor. Mas eu também posso fazer isso: eu vejo uma mulher de formas lindamente arredondas, com rugas que demonstram sua maturidade na vida e o quanto ela já sofreu para chegar até aqui. O vestido muito bem cortado, com um tom de vermelho já gasto de tantas lavagens, mostra que ela tem bom gosto, mas que atualmente não possui recursos financeiros para comprar um novo. Os gestos são nobres e o sorriso encantador. É isso que enxergo – falou o pintor.
- E aquele outro rapaz, vestido com um terno perfeito, de traços finos, uma bela pasta. Deve ser um rico burguês - disse o espelho.
O pintor retrucou novamente: - O terno é impecável, mas reparei que tem uma aliança no dedo esquerdo e seus olhos estão um pouco vermelhos como se ele tivesse chorado muito durante a noite. Traz consigo uma pasta com contas a pagar, talvez tenha sido demitido recentemente e preocupa-se com a mulher e, quem sabe, com filhos.
Percebo muitas pessoas orgulhosas por se dizerem sinceras demais, por falarem tudo o que pensam na cara. Mas quando alguém floreia a verdade não está mentindo, e sim colhendo da vida a melhor impressão possível. A forma cruel de vermos as coisas e pessoas e, mais ainda, de dizermos isso a elas, pode nos tornar verdadeiros carrascos. Por detrás desta “sinceridade” mora uma crueldade travestida de franqueza, como se fosse um álibi perfeito para o nosso subconsciente. A mente de quem emite a opinião está tranqüila... E o respeito à outra pessoa?
Quando o espelho disse a verdade, à sua maneira, não estava mentindo, mas também não estava vendo com olhos de amorosidade. Chegou mesmo a ser impiedoso. Já o pintor, na sua visão mais poética, também não deixou de dizer a verdade na sua descrição, mas a diferença é enorme, porque considerou os sentimentos do outro, a sua história de vida e não apenas sua aparência.
Sempre temos uma escolha: espelho ou pintor?
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Norah Jones - Those sweet words
Eu só tenho que ouvir
Suas doces palavras
Faladas como uma melodia
Eu só quero ouvir
Aquelas doces palavras...
Suas doces palavras
Faladas como uma melodia
Eu só quero ouvir
Aquelas doces palavras...
terça-feira, 27 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
domingo, 25 de novembro de 2012
sábado, 24 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
A Grande Vereda
Texto de Rute Rodrigues Sobrinho
Quando éramos crianças, havia uma chácara de uns conhecidos dos meus pais chamada Vereda Grande. Era um lugar enorme, com pés de mangas plantadas em todo o terreno. Todo ano, por esta época de novembro, quando as chuvas chegavam de verdade e as mangas já estavam maduras, íamos passar um dia inteiro por lá.
Reencontrávamos nossos amiguinhos, brincávamos, tomávamos café feito no bule e no coador de pano e, claro, ficávamos debaixo das árvores sorrindo e comendo manga no pé.
A variedade de mangas era enorme, com diferentes formas, sabores e cheiros: coquinho, haden, rosa, espada, coração de boi, palmer, bourbon, bourbon vermelha, coité, e muitas outras que até hoje nem sei o nome. E eu achava incrível o fato da mesma fruta possuir tantas nuances... A cada ano que passava eu sabia melhor minhas preferências, e quando chegava lá corria para o meu pé predileto.
Nunca vi mamãe ou papai nos recriminar por sujar as mãos, a blusa, o sapato, a boca, a cara toda. Voltávamos com o rosto todo amarelo e os dentes cheios de fiapos. Fora isso, havia a lama que se formava embaixo das árvores, misturada aos frutos que caíam, às folhas e à terra molhada. Até hoje posso sentir aquele cheiro de terra úmida, aquele clima chuvoso, um pouco frio e o nosso espírito todo ensolarado!
Como a chácara Vereda Grande era boa! E como a grande vereda da vida é boa também. Tantos frutos que, embora parecidos, tem seu sabor, seu cheiro, seu tamanho tão característicos e particulares. Nada é perdido, ninguém é demais nessa trilha, todo mundo é imprescindível nesse pomar.
Saber aproveitar a grande vereda requer sabedoria e aprendizado constante. Deixemos os melindres, a neurose disfarçada de excesso de higiene, as críticas ácidas, os pudores paralisantes. Ou alguém acha que seremos eternos? Quando chegarmos a nossa verdadeira casa, em algum lugar do universo, tomaremos um banho quente, vestiremos roupas limpas e cheirosas e ficaremos com o melhor que tivermos feito na grande vereda da vida.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
sábado, 10 de novembro de 2012
Victor Manuelle - Si Tú Me Besas
Pode-se beijar quem se gosta em qualquer dia da semana, mas hoje é sábado né?
Beijos, beijos e mais beijos.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Lírio Branco
Texto de Rute Rodrigues Sobrinho
O lírio branco nasce em terreno pantanoso, na lama, mas é uma das mais belas flores.
Quando nos deparamos com situações difíceis, que parecem impossíveis, a tendência é o fatalismo. Nunca mais vou sair dessa. Agora não me levanto mais.
Não há situação no mundo que o homem não esteja preparado para dominar. Mas só e somente se puder ver através do véu negro das aflições. Se puder entender que a vida é feita de alguns dissabores e desgostos. Mas nem por isso devemos generalizar as coisas, as pessoas.
Sempre há uma forma melhor de ver o mundo: SEMPRE. Essa escolha depende de nós. Há pessoas que reclamam de tudo, até mesmo de algo que deveria ser bom. Se for convidado para uma festa maravilhosa, reclama que não tem roupa. Se tiver dinheiro para comprar a roupa se sente gordo no modelo que escolheu.
Percebi que ser otimista não é privilégio de ninguém. É treino. Se nas pequenas coisas do dia a dia pudermos enxergar um lado bom, assim será também quando a adversidade aparecer. Que tal treinarmos no final de semana?
Choveu? Que delícia, estamos livres daquela seca e respirando um ar mais úmido. Fez Sol? Que maravilha, podemos ir ao clube, ficar na piscina. Não tenho programação para o sábado? Nossa, alugar um filminho vai ser ótimo! Sempre há uma opção para ser feliz e também para ser infeliz. Nós decidimos nosso destino, independentemente dos problemas periféricos, porque somos a nossa razão de viver.
Um excelente final de semana para todos!
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