sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Frankestein fashionista

Texto de Rute Rodrigues Sobrinho

Eu estava prestes a atravessar a rua quando vinham dois carros ainda distantes de mim. Havia tempo suficiente para chegar ao outro lado da rua, afinal de contas sou motorista há quinze anos e pedestre há trinta e três!
Enquanto eu atravessava, o motorista de um dos carros acelerou mais ainda fazendo com que a travessia realmente se tornasse perigosa. Corri aquela corrida de mentira (quando a pessoa só finge que corre, mas chega do outro lado na mesma hora de quem só andou) e cheguei ilesa! O motorista buzinou zangado pela insolência de não deixar a pista só para ele.
Logo à frente o carro parou. Pensei comigo: agora vou ver o rosto desse homem truculento, que deve ter uns dois metros de altura, deve ser forte, tatuado e ter uma cara amarrada. Qual não foi minha surpresa quando desceu do carro uma linda mulher, delicada, traços finos, de salto alto, cabelos lindamente escovados. Meu Deus, o que aconteceu com as mulheres? Foi a tal independência feminina? Foram os sutiãs queimados? Foi a infidelidade masculina? Não sei mesmo, mas deve ter acontecido algo muito grave...
Creio que precisávamos de independência, de poder de decisão sobre nossas próprias vidas, de libertação de um preceito, mas não precisava se libertar da educação também.
A mulher conquistou seu espaço pela delicadeza, sensibilidade, compreensão e simpatia. São características que complementam as masculinas e que equilibram o mundo, eu ousaria dizer.
Qualquer dia você vai se deparar com um ser assim: rostinho de Barbie, com corpo de Incrível Hulk, carregando uma bolsa Louis Vuitton, calçando sapatos Cristian Loubotin, dirigindo um conversível pink, esticando sua delicada mão para fora do carro e levantando grosseiramente seu dedo médio com as unhas perfeitamente pintadas de vermelho! Fala sério, ninguém merece ser um Frankenstein fashionista!
Esse tipo de atitude, definitivamente, não combina com nossa sensibilidade, não condiz com as reclamações que fazemos dos próprios homens! Meninas, não percamos nossa independência, não percamos a feminilidade, não percamos a doçura, jamais!

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