
Comentou com os filhos como foi bom ter ido à padaria, que eles provavelmente não seriam tão criteriosos como ele. Disse que a padaria estava muito limpa, porque ele fez questão de ir até a cozinha verificar.
A mãe colocou a mesa como fazia sempre, mesmo que o lanche fosse um simples biscoito. Ela tinha uma nobreza na alma.
O pai, a mãe e os três filhos sentaram-se à mesa e cada um colocou manteiga no pão quentinho que chegava a derreter e escorrer umedecendo ainda mais o alimento.
De repente, o pai deu um grito de desespero, dor, indignação talvez. Dentro do seu pão havia um dente. Isso mesmo. Um dente humano. Que nojento! Eca!!!
O clima mudou completamente, pois agora o pai estava vermelho de raiva, de indignação de uma padaria tão nojenta, sem higiene, que o deixou tão constrangido. Além do mais iria processar aquela empresa, isso devia dar uma boa grana. Afinal de contas ele não podia ficar se sentindo tão mal assim sem uma reparação.
Os filhos pararam de comer também, ficaram com receio do que mais poderia sair dali!
José decidiu ir à padaria tirar satisfação do acontecido. Colocou um terno velho por cima da camisa surrada, calçou os sapatos empoeirados e estava com o pão e o dente na mão para provar o fato.
O filho menor, que observava muito e entendia pouco, começou a reparar na voz do pai, parecia que estava faltando algo... Continuou a olhar a e dar um sorriso de canto de boca. O pai que era apaixonado pelo caçula não resistiu àquele olhar sapeca e sorriu para ele. Aí a gargalhada foi geral. O pai estava banguela, faltava-lhe um dente, certamente aquele que estava dentro de um pão!
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