quarta-feira, 1 de maio de 2013

De médico e louco...

Texto de Rute Rodrigues Sobrinho

Já ouviram falar no ditado “de médico e louco todo mundo tempo um pouco”? Pois é, outro dia estava organizando minhas coisas e alguém me falou com ares psiquiátricos: - Nossa você tem T.O.C! Nem me expliquei, apenas sorri por dentro. 

Na verdade a saúde e a doença, a sanidade e a loucura estão ligadas por liames muito tênues. Todos nós temos colesterol, glicose, mas os exageros alimentares nos fazem elevar essas taxas e provocar doenças como infartos e diabetes. Isso quando falamos de saúde física. Imagine o cuidado que não devemos ter com relação à nossa saúde moral e espiritual. 

Todas as nossas ações, quando feitas comedidamente são benéficas e saudáveis, tudo que passa pelo exagero traz doença e/ou loucura. 

O amor em excesso traz sentimento de posse, de obsessão, pode levar a crimes passionais. Na medida certa, é a mola propulsora do mundo, o sentimento que une povos, que desfaz intrigas, que perdoa. 

A prudência nos faz estudar a circunstância e tirar o melhor proveito na hora adequada. No entanto, a prudência em excesso é uma das vestimentas da covardia, é uma omissão dos nossos próprios desejos. 

A temperança nos proporciona o equilíbrio no uso dos bens e no relacionamento com os outros. O excesso é gula, luxúria, avareza, sentimento de posse. 

A generosidade é uma virtude linda, mas quando anda junto com o amor próprio e o bom senso. Fora disso, a pessoa pode ser apenas um gastador, um pródigo que não calcula o quanto gasta, que não sabe seu próprio valor. 

Até mesmo os sentimentos tidos como feios e baixos tem o porquê da existência e nos são muito úteis quando usados com moderação. Já ouviram falar que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose? 

O orgulho próprio nos faz perceber quando não somos queridos, nos obriga a bater em retirada em certos casos, nos ajuda a estudar quem realmente somos e não quem achamos que somos. O orgulho exagerado, por sua vez, embota-nos a vista, deixa-nos sem a prudência necessária para decidir. 

Assim são as funções físicas do nosso corpo e os sentimentos e virtudes que conhecemos. A mesa está posta, podemos pegar o que quisermos e em qualquer quantidade. Não podemos nos esquecer, no entanto, que obedecendo a vida o princípio da ação e reação, as conseqüências das nossas escolhas sempre vêm. 

Acho que só devemos exagerar mesmo ao tentarmos ser muito felizes.

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